quinta-feira, 30 de junho de 2016

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Um poema de Caetano Veloso

NO DIA EM QUE EU VIM-ME EMBORA



No dia em que eu vim-me embora
Minha mãe chorava em ai
Minha irmã chorava em ui
E eu nem olhava pra trás
No dia em que eu vim-me embora
Não teve nada de mais

Mala de couro forrada com pano forte, brim cáqui
Minha avó já quase morta
Minha mãe até à porta
Minha irmã até à rua
E até o porto meu pai
O qual não disse palavra durante todo o caminho
E quando eu me vi sozinho
Vi que não entendia nada
Nem de pro que eu ia indo
Nem dos sonhos que eu sonhava
Senti apenas que a mala de couro que eu carregava
Embora estando forrada
Fedia, cheirava mal

Afora isso ia indo, atravessando, seguindo
Nem chorando, nem sorrindo
Sozinho pra Capital
Nem chorando, nem sorrindo
Sozinho pra Capital
Sozinho pra Capital
Sozinho pra Capital
Sozinho pra Capital




terça-feira, 28 de junho de 2016

Oh Inglaterra

Mais farsa, não, por favor. Agora é preciso inventar um teatro que possa salvar a cidade

 (fotografia de Bertrand Langlois/AFP/Getty Images)
  

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Fiquem connosco

Hoje, claro, todos os olhos estão virados para aqui. Mas, a partir das 21.20h, talvez possamos virar um ouvidozinho para acolá. É o penúltimo episódio de Voz Guia: na Antena 3, e depois em podcast no iTunes.

 (imagem de Marcel Dinahet)

terça-feira, 21 de junho de 2016

Postal sob o sol

Sob o sol, tudo é de novo.

Este poema concreto do Prince: "anotherloverholenyohead"

Vai-se de automóvel e a cidade é cinema. As caras, os gestos, um silêncio musical.

A sabedoria no conto do idiota Gimpel, de Isaac Bashevis Singer:"...but the longer I lived the more I understood that there were really no lies. Whatever doesn't really happen is dreamed at night."

Gente demasiado séria nas passadeiras. Números vermelhos nos cartazes. Lembrar as notícias, os perigos próximos.

E, de repente, na rádio, como é que se diz?, um perfeito acaso. A voz límpida e feliz de uma estudante de enfermagem de Tordesilhas.

O mundo dividido: sol e sombra.


quinta-feira, 16 de junho de 2016

Um poema de Zulmira Ribeiro Tavares

Vida: objeto de desejo


Nós desejamos pinguins.
Não os de geladeira
com seu peso fixo de massa pintada
sua estatuária de cozinha
sem nenhum sopro de da Vinci.

Nós desejamos pinguins.
Não os das geleiras
que nos esfriam os dedos
ao toque de suas penas firmes.
Frios são os caminhos que a morte nos envia.

Desejamos os pinguins de nosso assombro
fechados dentro de nós no desejo
como pérolas nas ostras.
Ostras não sabem das pérolas 
que engendram e trazem consigo.
E nós que os formamos do escuro,
deles só temos o rastro, pinguins,
com seu brilho
de nácar.





(tirado daqui)

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Hinos e bandeiras

O final de Voz Guia está quase aí... Amanhã dá o episódio 33. E a coisa toda já tem um podcast no iTunes.

 

terça-feira, 14 de junho de 2016

quinta-feira, 2 de junho de 2016

quarta-feira, 1 de junho de 2016