quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Sobre uma fotografia de Rebecca Lepkoff

Isto aconteceu. Eu estou aqui. Vejo estas pessoas que veem esse barco que vem como um bocado de sonho claro planando sobre o rio, atravessando o mundo de negras colunas e fumo. Isto acontece. Os meus olhos estiveram aqui. E agora sou com vocês e essa menina pequenina pela mão do pai a pergunta que as velas rasgam na paisagem ou na imagem. Como é que tudo é? E como é que tudo muda?

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Bota verão nisso

O Deserto Branco do meu irmão Martinho está de volta, cheio de malhas coloridas, versos falados, bocas cantadas, ondas yolatengótimas e outros milagres. Vai começar!


terça-feira, 29 de outubro de 2013

Caixa de comentários 2 (a Europa)

Talvez Pedro Lains tenha razão e a Europa dê a volta por cima mais uma vez. Era bom é que não demorasse tanto. E, já agora, que o que resultasse daí não fosse um centrão europeu e sim uma verdadeira democracia — uma união política, política, política!, onde possamos escolher entre diferentes visões, onde os representantes nos representem realmente, onde o voto gere mudança.

domingo, 27 de outubro de 2013

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Jornal Local: meteorologia

No lugar certo, à hora certa, não é difícil descobrir quando é que vai parar de chover. Jornal Local fez a experiência com resultados extremamente positivos. A chuva para no instante preciso em que a Rua do Poço dos Negros é mais ela mesma.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Sobre uma fotografia de Fred R. Conrad

Não, não acho nada que pensar seja o que os especialistas dizem quando dizem "eu penso que". Pensar é muito mais algo rente-rente a sonhar acordado.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Contra o “orgulhosamente sós”

Falta democracia, falta política à Europa. 
E ontem, na Universidade Católica, Joseph Weiler, deu uma boa saída “constitucional” para o pântano em que vivemos. A ideia é que a solução não passa necessariamente por uma nova alteração dos tratados. As próximas eleições europeias podem permitir esse salto urgentíssimo. 
Para já, há um sinal positivo: o caso inédito de um candidato a Presidente da Comissão Europeia que avança por iniciativa própria e que consegue o apoio do seu partido europeu (Martin Schulz, do Partido Socialista Europeu). Falta agora aparecerem candidatos das outras famílias europeias. E que, cada um, expresse uma visão politicamente distinta da União que quer. E faltam, segundo Weiler, mais algumas condições: que o Conselho Europeu escolha o candidato vencedor destas eleições e que o Presidente eleito escolha uma Comissão em que a maioria seja da sua família política (de outro modo, uma vez que a Comissão é um órgão colegial, não poderá cumprir o programa político que anunciou na campanha). 
O que resultará daí? Não sabemos, ninguém sabe. Porque, em democracia, não há refeições pré-cozinhadas. No tempo do 'orgulhosamente sós' é que não se queria política, preferia-se manter tudo bem escondidinho debaixo da manta. Vamos a isto, Europa?

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O Nobel da literatura para uma contista

Até que enfim que Alice Munro recebe o Nobel. É mais do que merecido.

E pode ser que ajude a romper o preconceito geral em relação aos contos.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Caixa de comentários (o país e a esquerda)

Vale a pena comprar o Público de ontem só para ler a entrevista de Pacheco Pereira. Nem sempre estou de acordo com o desassombrado historiador/político/comentador (e, quando o assunto é a Europa ou a cultura, quase nunca), mas o diagnóstico apresentado, em jeito de rescaldo das autárquicas, nestas respostas ao Público, é perfeito.

Também a propósito das eleições, e pensando no desaire do BE, Daniel Oliveira faz aqui uma análise interessante. Mas, na questão europeia, critica o BE pelo lado errado, parece-me. Diz que o Bloco deve clarificar o seu discurso sobre a Europa no sentido de não permitir "que a ideia de dignidade nacional e patriotismo seja monopólio do PCP". Acho que o que falta é exatamente o contrário: uma esquerda que diga: "somos tão europeus como a Senhora Merkel e não aceitamos lições de europeísmo: queremos é outra Europa: uma Europa democrática, política, aberta, solidária, transparente, uma união digna desse nome". Já deu para perceber pelas meias palavras de Seguro que não dá para contar com este PS para dizer algo minimamente parecido com isso. E o PCP cavalga um "orgulhosamente sós" fechado ao futuro. Por todas as razões e mais uma, é esse o espaço que o Bloco de Esquerda tem de ocupar. Mas quando, quando?

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Aquilo de ontem

Sobre aquilo de ontem em Paris, o Record diz "crise" e a Bola diz "humilhante", mas a verdade é que a coisa foi muito pior. Para começarmos a tentar descrever o jogo de ontem com o PSG, só socorrendo-nos de gíria mesmo. Aquilo foi um atropelamento, uma pancada, o fim da picada, uma grossa e vil tristeza, um espalhantrançozãozíssimo.
Ele pode haver desastre mais triste que levar olés de parisienses?
Afinal, sim: ouvir o treinador do Benfica dizer, passados dois jogos, que agora temos de lutar pelo segundo lugar. Pelo "segundo lugar"? Terei ouvido bem? Terei lido bem? Será possível? 
É aqui que começa todo esse problema chamado Jorge Jesus. O mister do SLB acha que está num clube qualquer igual aos outros. E receio que já seja tarde para lhe explicar o que é o Glorioso. Mas deixem-me corrigir: é esse o problema de Jorge Jesus e também o de Luís Filipe Vieira, que os dois juntos parecem ter como único desígnio para o clube de Eusébio a transformação da catedral num entreposto de jogadores. Pegar em talentos, adaptá-los, retocá-los, "valorizá-los", e depois vendê-los rapidamente. É essa a única estratégia visível da dupla Luís Filipe Vieira/Jorge Jesus. Ora isso pode ser muitas coisas, mas não é o Benfica.
O que ontem se viu em Paris foi o vir-à-tona de muita asneira para trás.
Pensemos na maneira como mandaram Aimar embora, por exemplo. Uma lenda daquelas a sair pela porta do cavalo... Ou lembremo-nos, bem sei que é difícil, do final da época passada.
No momento em que o treinador do Benfica, ao levar um golo, cai de joelhos no relvado do Dragão, devia ter levado logo com um sms a dizer "despedimento com justa causa". Aposto que nenhum tribunal do mundo deixaria de aceitar o argumento.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Trabalho em progresso!

Em 2014 o Tiago Rodrigues e eu teremos um espetáculo na Culturgest: Interpretação. Entretanto, no aniversário dessa casa que nos recebe, mostramos uma versão trabalho-em-progresso. Ideias de peças possíveis, quantos cruzamentos, perguntas em forma de sim. É já nos dias 4, 5 e 6. Entrada livre!