sexta-feira, 19 de abril de 2013

"O verdadeiro ator" ganhou o Grande Prémio de Literatura DST!

Muito honrado, e tão espantado, o autor nem sabe bem o que dizer. Muito obrigado! Mil obrigados por terem levantado do silêncio este meu livro.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O Benfica é um mundo

Fui encontrar o Benfica em San Jose, na Califórnia! Uma casa de boa gente, cheia de mística. O Glorioso é mais que uma nação, é todo um mundo. 




domingo, 14 de abril de 2013

A parábola do tecnocrata

Nunca tinha visto Rich and Strange de Hitchcock. Não é exatamente o que hoje se chama comédia romântica, mas anda lá perto. Será mais um romance cómico. Um filme entre o mudo e o sonoro, com a graça das antiguidades e o espanto da modernidade — do tempo em que se entrava no futuro sem pedir licença. Esta primeira sequência funciona sozinha, uma curta-metragem que ensina cinema melhor que mil manuais.

sábado, 13 de abril de 2013

Estacionamentos Nobel



A Europa devia aprender a fazer isto — lugares de estacionamento para prémios Nobel — a ver se agarra mais cérebros. Além do mais, é boa publicidade. ("NL" é de "Nobel laureate".)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A questão de fundo mantém-se

Do ponto de vista político, esta mudança cirúrgica no governo Passos-Portas não altera nada. A questão de fundo mantém-se. Agora é verdade que Miguel Poiares Maduro é um supercraque que pode fazer alguns belos golos de bola parada. Merecia bem mais que a missão de tapar buracos deixados pelo ministro anterior. Se tivesse a pasta da negociação com Bruxelas (e carta branca, livre de dogmas gasparizantes...), talvez pudesse haver boas surpresas.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Nao

Há de certeza um poema sobre o jet lag, mas onde?

E um conto kafkiano em Berkeley?

Bonita a poesia concreta de Paul Krugman no New York Times: "Just Say Nao"

domingo, 7 de abril de 2013

Uma coligação PS-BE?

Terei visto bem? O primeiro-ministro amua com o Tribunal Constitucional e castiga o país? Lembra aquelas crianças que, ao levarem uma reprimenda, se põem a partir brinquedos.
Não, venham as eleições. Temos de mudar Portugal e mudar a Europa.
Um dado positivo, entretanto, é a declaração do BE dizendo-se disponível para um "governo de esquerda". Se a oposição não imitar o governo em casmurrice e arrogância, talvez a saída pudesse ser uma coligação PS-BE. No tabuleiro atual, diria que é aí que está a chave: no justo equilíbrio entre o idealismo bloquista e o europeísmo socialista.

Aquele Grande Rio deve gostar disto


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Aeroportos, aviões, cinema

Um aeroporto é como aquele filme do Altman. Histórias que se definem em poucas pinceladas, misteriosamente, com uma clareza no limite do realismo. Por exemplo, um casal de sessentas e tais num corredor do terminal 1 da Portela a experimentar óculos. Falam o inglês suave e nasalado da América, mas o homem traz uma boina galega e a mulher um cajado de caminhante. A jovem vendedora segura um espelho sobre o ombro como um pirata com o seu papagaio.
No retângulo sem moldura o rosto da americana experimenta óculos escuros. Que ideia estranha, óculos negros na superfície de um espelho.
Um pouco atrás, o homem da boina está de boca aberta, suspenso; um peregrino à espera da revelação.
E já está. De repente tudo explode com uma gargalhada branca. “No wonder they're so nice!” diz a mulher quando a vendedora anuncia o preço.

No avião vejo um filme onde o protagonista inventa um filme para conseguir uma coisa no mundo. No céu, sobre as nuvens, as pessoas olhando para as imagens, cada uma com o seu ecrã, como se olhassem para espelhos.

O avião levanta voo em Newark. Baldios, estradas, armazéns, tudo ficando mais e mais pequeno, mais e mais nítido. Depósitos brancos como aspirinas gigantes depositadas sobre a terra. Cinema real!

Por exemplo, o miúdo pequeno fugindo aos pais na direção da porta de embarque. A mãe chama-o, e depois o pai também. Mas ele continua. Um miúdo de quatro, cinco anos?, cabelo cortado à escovinha. Passa por baixo da fita azul, lá vai ele.
Avançando na direção do filho, o homem agora fala mais forte. O miúdo para, mas não se vira para trás. E, já que ele não está olhar, o pai sorri.